terça-feira, 28 de junho de 2011
Ela, eu?
Andando no fundos corredores
Da casa que mora meu ser
Encontro rachaduras e mofo
Gritando o meu querer
Seca a dor e tire a alma do varal
Arrume o cabelo
Antes de ir pular o carnaval
Varrendo a poeira parente do tempo
Vem a lembrança
Da fogueira
E do vento
Vento que sopra devagar
Vento que me faz embarcar
E desandar
Esquenta a vida no fogão
Chora como quem quer voar
Cada lágrima ajuda no tempero
Coloca a solidão para o jantar
Presentes do Universo
Como rugas
Fazendo com que reformemos a casa!
Jana Tavares
quinta-feira, 23 de junho de 2011
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Somos
QUAL SERÁ O NOSSO INSTANTE?
NÃO SOMOS ALEGRES
NÃO SOMOS TRISTES
SOMOS FOLHAS AMASSADAS
RASCUNHOS DO TEMPO
O APERFEIÇOAMENTO DO RESPIRAR
ENTRE LINHAS
FRIOS COMO NOSSAS MADRUGADAS
CAPRICHOS DOS CORPOS EM CHAMAS
O SILÊNCIO DO CANTAR DE NOSSA MORADA
SOMOS
A HARMONIA DAS PALAVRAS
QUE EXPLODEM QUANDO NOS TOCAMOS
NÃO SOMOS POETAS
SOMOS A PRÓPRIA POESIA
QUE NASCE
GRITA
CHORA
SE FAZ COMO VIDA
E JAMAIS MORRE
AQUELA QUE UNE
QUE SE FAZ PONTE
E NADA MAIS
JANA TAVARES
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Canto
Seco
Está tudo seco
Como um concreto
Como os construtores
Dos edifícios
Está tudo seco
Lavamos as roupas com o suor
Moramos em cima da esperança
E nos cobrimos com a sede
Está tudo seco
A terra
O céu
O ar
E nossos corações
Está tudo seco
Os calos nos pés
E nas mãos
A pele da face
A entrada da solidão
Está tudo seco
Como o eco
Como o gesto
E o olhar
Está tudo seco
Está seca a voz
O paladar
E o sonhar
Jana Tavares
Assinar:
Postagens (Atom)