
Na garrafa
Uma dose de álcool
Não importa a marca
Da bebida que desce
Parecendo ser sólida
E a barba
“Mal alimentada”
Tem cheiro
De depressão
Engarrafa a alma
O trabalhador
Essa cana
Sai a passeio
Carrega pessoas
Para cá e para lá
E até para o outro mundo
Meu senhor.
Cada rosto
Um traço com histórias
Em cada esquina de suas pálpebras
Um tempo que se faz presente
No passado do instante
Cada poeira
Fina ou grossa
Que sai de nossas
Pernas substitutas
Tosse para fora
O caminho percorrido
São números
Cores
Formas
Vozes
Descontentamentos
Por conta do
Engarrafamento
Que conta
Suas contas
De água, luz, telefone
Sua fome
Seu atraso
Não adianta
Ter pressa
A vida não foge
Da gente, mulher!
De um lado
Papelões flutuantes
Do outro
Impaciência feminina
E os pés inquietos
Que dá agonia
Dentro
Um lápis trabalhando
As controvérsias
Fora
Um tudo
E um todo
Que não sabe viver a vida
E nessa longa pequena avenida
Sentimos
Apenas as idas!
Jana Tavares
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